terça-feira, 11 de outubro de 2011

No meu canto.



Hoje eu to meio emo.
A, aquele que não tem um dia de fechar as portas do quarto, desligar a luz, ligar a musica mais corta pulsos e se alimentar somente da luz emitida pelo monitor do computador, que atire a primeira pedra.
Fazia tempo que eu não o fazia, não todo esse procedimento por mim citado, mas o de estar no meu quarto.
A sei lá quanto tempo, desde que fiquei sem TV no meu quarto, estabeleci o sofá como minha morada. E desde então minha cama vive tomada por roupas e mais roupas, e sei lá quantas outras coisas. O quarto virou lugar de passagem, virou um vestiário.
Então, essa semana, eu arrumei totalmente minha cama, meu quarto. E na escrivaninha, também amotoada de objetos, abri um espaço para que coubesse um caderno, sei lá, um espaço pra mim, um espaço para que eu pudesse, como num passado não tão distante, me sentar sozinha, sem o som das outras pessoas, ou da TV, para escrever, pensar, me inspirar. O silencio é inspirador. O silencio embalado por uma canção qualquer, é triplamente.
Então, lá ficou ele, meu pequeno espaço. Eu não preciso de muito mesmo. Só o suficiente pro caderno. E o meu espaço foi tão acolhedor, que prestando atenção lembrei-me que a mesinha tinha um espaço acoplado que poderia ser puxado, e ali, olha só, o espaço do computador. O caderno não vai ficar com ciumes. Ele cedeu.
Exitei por alguns dias, e hoje estou aqui. Entrei, fechei a porta, e pensei, porque não desligar a luz?! O clima ta frio, cinza, inspirador.
Como faz falta.
Como faz falta ter um lugar só nosso. Um lugar que nos pareça acolhedor, que reúna tudo sobre nós, tudo o que somos. Tudo o que sou está aqui, nessas paredes, nessa escrivaninha. Tudo o que fui. É muito possivelmente, por onde caminharei pra ser muitas outras coisas...
Sempre soube que esse cantinho era o meu mundo.
Um mundo pequeno, talvez pense você, limitado.
Eu vejo como um pequeno mundo que me impulsiona. Me impulsiona a pensar com mais agilidade. Não disse clareza, nem habilidade. Agilidade. Aquela mesma que na adolescência. me fazia sonhar com a vida que eu queria, sonhar com o que queria fazer de cada um dos meus dias. E foi uma bela adolescência!
E é disso que preciso, sonhar mais alto sobre meus dias. Fazer de cada dia um sonho. Uma coisa incrivel.
Talvez incrivelmente pequena, mas incrível.
Que lugar te faz sonhar?
Que lugar te faz planejar?
Em que lugar você se sente boa o bastante, bonita o bastante, grande o bastante, pra enfrentar a grandeza e dureza desse mundão?
Esse é o meu ponto de conforto, e eu o rebatizo como meu ponto de partida.
Não é aqui que começa todos os meus dias?

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